sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O pessimismo e o humor em Schopenhauer

Demorei-me comentar o livro “A arte de escrever”, pois duelava com questões: como criticar um clássico e ser honesta? Bem, então aqui vai...Sinceramente, achei o autor pessimista, (isso todos já sabem) com idéias ferozes sobre a escrita e sobre a língua. No entanto, as passagens em que ele expõe o valor e incompletude da tradução foram excepcionais.
O livro (antologia de ensaios recolhidos de Parerga e Paralipomena) está dividido da seguinte maneira: “Sobre a erudição e os eruditos” (onde há muita crítica sobre o ensino e os intelectuais, até salpicado de humor); “Pensar sobre si mesmo”; “Sobre a leitura e os livros” (a dica dele é não ler muito e, sim, refletir mais. Dar o tempo para digerir o que se leu. Pensar por si só é exercitar a crítica e não a repetição de autores);

O excesso de leitura tira do espírito toda a elasticidade, da mesma maneira que uma pressão contínua tira a elasticidade de uma mola. O meio mais seguro para não possuir nenhum pensamento próprio é pegar um livro nas mãos a cada minuto livre.

“Sobre a escrita e o estilo” (neste ele menciona os erros de quem escreve, as comparações que ele utiliza e os motivos delas, as críticas aos livros que têm grande público, entre outros).
Segundo o tradutor -Pedro Süssekind-, os escritos de Schopenhauer continuam “válidos-hoje, talvez mais do que nunca”.
O título do livro fica mais evidente nas passagens sobre o estilo e a escrita. A arte de escrever, então, seria “cortar palavras”, evitar a prolixidade de tudo àquilo que não valesse o esforço da leitura. Como já disse, realiza muitas comparações, muitas delas me aborreceram. A explicação dele é que a partir das analogias, o leitor entende algo complexo quando comparado ao simples. Facilitaria a leitura se não usasse tanto...rs
Achei-o um purista, pois trata as línguas antigas como perfeitas e menospreza a assimilação de outras expressões em sua linguagem.
Valeu-me a primeira leitura deste livro. O escritor e professores sempre aconselhamos (assim também me incluo) ler duas vezes a obra para obter outras interpretações ou melhorar a que possui. Entretanto, amigos, não lerem de novo tal livro. Apenas aguardo a leitura que tiveram.
Abraços.

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